O ministro-pastor da Educação, Milton Ribeiro, “pediu” exoneração, nesta segunda-feira (28), da pasta. Ele não resistiu às pressões sofridas pelo governo para deixar o cargo. Mas, se dependesse dele e do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele teria ficado, pois o chefe do Poder Executivo “botaria da cara no fogo” por ele, disse Bolsonaro em ‘live’, na última quinta-feira (24).
A saída do ministro é um alívio e uma temeridade. Alívio porque Ribeiro protagonizou gestão desastrosa à frente da pasta. E temeridade, porque tem sido praxe, nesse governo trágico, o que entra ser pior do que o que sai.
O ministro-pastor, desde que assumiu a pasta, em julho de 2020, não fez outra coisa senão confrontar a educação. Ribeiro chegou a ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por crime de homofobia ao relacionar, em entrevista em 2020, a homossexualidade às “famílias desajustadas” e dizer que havia adolescentes “optando por ser gays”.
No ano passado, em entrevista à emissora oficial TV Brasil, o ministro defendeu que o acesso às universidades “seja para poucos”.
Em novembro de 2021, servidores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) reuniram em documento, em meio ao Enem, série de denúncias de assédio e interferência no certame. Houve, inclusive, pedido de demissão em massa de servidores do órgão.
A Contee, em nota divulgada na semana passada, defendeu mais que a exoneração do ministro. A Confederação apoia a iniciativa do deputado Rogério Correia (PT-MG), que apresentou requerimento para abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os graves indícios de irregularidades no MEC (Ministério da Educação), que envolvem pastores evangélicos, por indicação de Bolsonaro.
CPI do MEC já!